terça-feira, 3 de maio de 2011

Sobre a saudade

Meu cachorrinho era o único que tinha o rabo tronxo, e um ciume danado dele. Era o unico que acordava minha mãe, ia no quintal, enchia a boca de ração, jogava tudo do lado da mesa e comia junto com ela o café da manhã, nessa ordem. Era o único que dormia de conchinha comigo e também que ia de madrugada na cozinha pra eu não ir sozinha. Que mijava em tudo que é canto da casa, à todo instante, isso tudo pra marcar território, mesmo que ele já tivesse marcado - sempre se esquecia. Levava num sei quantos gritos diários de papai por conta dessas mijadeiras, mas também não saía de perto dele. Era doidinho, não sabia expressar sentimentos, mas transbordava amor nos olhinhos à todo momento. Era um aspirador de pipoca, adorava alface, e comia de tudo. Tudo mesmo. Sempre sabia quando eu tava triste. Me seguia 24h dentro de casa, pra onde quer que eu fosse. Era tão feinho que era lindo, era um monstrinho, meu monstrinho. Era meu amor, meu amor lindo. "guelo guelo guelo guelo..." e lá vinha ele correndo, agoniado - agoniado como sempre. Adorava um carinho no nariz e se parecia com um elefantinho.

De repente, Guelinho foi pro céu, no sábado de carnaval de 2011, transformando tudo em uma imensa massa cinsenta. Confesso pra vocês que nunca tinha sentido tamanha dor como aquela. Era dele que eu lembrava quando ia pra algum lugar legal, quando comia alguma coisa gostosa, quando me sentia feliz e quando me sentia triste. Lembrava dele à todo instante. E desde então nunca consegui esquecer. Lembro dele quase todos os dias, principalmente quando me sinto sozinha ou quando preciso que alguem que possa escutar meus problemas, meus lamentos e até minhas baboseiras. Hoje não é nenhum dia especial, digo, não é aniversário de vida nem de morte de Guelinho, não é dia do amor, não é dia da saudade nem da tristeza. Mas hoje a saudade de tu apertou que só visse Guelo. Queria poder ter só 5 minutos te agarrando de volta. Era tudo que precisava pra ficar mais feliz.
Te amo pra sempre. Muito.

4 comentários:

Nayara Brito disse...

Porque não existe dia nem hora pra saudade bater na porta.

Iomana Rocha disse...

Lembro dele todos os dias tbm! em varios momentos...hj por coincidencia a tarde estava vendo um cachorro bem carinhoso e dado como ele era, e lembrei com muita dor de saudade, deu vontade de chorar, fiquei pensando como uma pessoa pode sentir tanta falta de um cachorro.. ai quando chego em casa, vejo esse post...ai eu chorei mesmo, e muito. Guelo era muito mais que um cachorro, meu monstrinho querido.

Iuri disse...

Aow :~~
Que saudade de escutar guelo latindo freneticamente quando a gente chegava na tua casa...

perry howard disse...

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